O "luxo silencioso" é a aposta para consumidores cansados de tendências exageradas e visualmente poluídas.
Acsa Freire
Após muito tempo sofrendo com a avalanche de tendências, cores, padrões e texturas na moda, logomania e excessos, parece que finalmente uma onda contrária apareceu. O que não é novidade, afinal, sempre que algo fica saturado, outro movimento contrário surge. E na moda, o quiet luxury surgiu - ou ressurgiu - como o novo padrão de estilo.
Popularizado por celebridades, este estilo traz um "respiro", uma pausa às tendências de curto prazo para retomar a procura por peças de estética minimalista, com tecidos de qualidade e modelagens atemporais.
Claro, usar uma camiseta branca de grife que custa 3.000 reais está longe da realidade da maioria das pessoas, porém é o que ela representa: um luxo (tanto em marca quanto em qualidade e custo) que veio para ficar. E, com isso, parece que temos a volta da estética minimalista que reinou antes da pandemia.
A escolha de moda mais inteligente que alguém pode fazer é investir em peças atemporais. Um blazer marinho, uma saia preta ou camisa branca, são peças versáteis e praticamente universais, já que podem transitar entre diversas ocasiões e estilos diferentes.
O minimalismo traz junto de si a prática do armário-cápsula, que consiste em reduzir o guarda-roupa ao tamanho de 30 ou 40 peças, o que funciona para uns, mas não para outros.
Após a pandemia (momento em que as pessoas ficaram em casa e vestiram roupas confortáveis), muitos ficaram cansados da monotonia e, surgiu a tendência da moda dopamina, trend que abusava de cores saturadas e vibrantes, e, em seguida, a logomania e a ostentação voltou com tudo. Porém, esta prática causou o surgimento do Old Money, pois como os "ricos" não podiam mais "ostentar" suas marcas tão explicitamente, pois as classes mais baixas aderiram à essa moda, além do aumento de produção e consumo de peças falsificadas, as classes mais altas passaram a reafirmar seu status e poder aquisitivo com a estética Old Money, que revisita as famílias européias e americanas que possuem sua riqueza através da herança que vêm de gerações passadas. E, como as classes mais baixas começaram a imitar os "herdeiros", o Quiet Luxury (que já existia e que apenas recebeu essa nomenclatura) voltou com força, trazendo uma estética minimalista, com cores neutras, porém com peças exclusivas para quem possui um poder aquisitivo extremamente fora do alcance da maioria da população.
Porém, não demorou muito e o Quiet Luxury já virou moda, e mesmo sem peças extremamente caras, as pessoas têm imitado este estilo que, inclusive, virou febre no Tik Tok, juntamente com o Old Money.
E aí? O que você acha dessa "rotatividade" de tendências? Também gostaríamos de saber sua opinião sobre grande parte da população "imitar" o estilo estético das classes altas.
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