O propósito da indústria da moda é vender peças, não vestir pessoas.
Acsa Freire
Semanas de moda, desfiles, concursos, eventos e tudo o mais que envolva o mundo fashion tem apenas um objetivo central: vender. A indústria da moda é um dos mercados que mais gera lucro, custos, gastos e um dos que mais influencia a economia global, além da moda ser um dos primeiros elementos de julgamento de caráter e personalidade quando se conhece alguém pela primeira vez.
Porém, com a população mais participativa, informada e atenta às ações de suas marcas e influenciadores preferidos, o público observa se os designers e todos os profissionais envolvidos na produção e também na linha editorial de uma empresa buscam atender as demandas sociais emergentes como, por exemplo, o reuso de tecidos sobressalentes e até a fabricação de peças biodegradáveis. Mas o resultado final é o que se espera: um desfile mostrando a maravilha e o trabalho árduo resultado de noites sem dormir; as peças.
Toda a iluminação, o cenário e até mesmo a música de fundo contribuem para criar um ambiente de sensações, a palavra da moda é interação, portanto os que assistem ao show ficam maravilhados com o que é mostrado.
Após a temporada de moda, tudo sobre o que se fala são as tendências, as cores, peças e combinações em alta, as roupas são o centro da atenção (como sempre), e está tudo bem, pois foi para isso que as roupas foram desenhadas, para serem bonitas e apelarem para o desejo do público. Mas será que elas atentem às necessidades do público?
A indústria da moda tem mudado nos últimos anos, mas falta muito para que todas as empresas envolvidas entendam que o principal aspecto da moda é quem a veste. Mulheres reais não são todas iguais, não tem as mesmas preferências, os mesmos valores, as mesmas crenças.
Tudo bem criar para vender, porém o problema está em criar algo e fazer o público acreditar que é daquilo que precisa. Tentar encaixar uma tendência, um conceito ou um estilo no dia a dia das pessoas é lutar contra todo o background que antecede a compra.
É necessário criar para atender e, assim, vender.
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